A ofensiva da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), liderada pelos Estados Unidos sobre a Ucrânia e a resposta militar russa, pode afetar significativamente a economia goiana.
Goiás possui uma estrutura produtiva concentrada no agronegócio, sendo este segmento responsável por 85% da pauta de exportações do estado, com destaque para o complexo soja (57% do total exportado), Carnes (32%) e o complexo sucroalcooleiro (5,4%). As exportações goiana tem como destino 118 países, sendo a China o maior comprador. No ano de 2021 Goiás bateu recorde histórico em suas exportações, perfazendo um total de US$ 9,28 bilhões em vendas, com superávit de US$ 3,66 bilhões.
A capacidade produtiva do agronegócio goiano depende, fortemente de subsídios governamentais (diretos e indiretos) e das importações de insumos. 85% dos insumos utilizados pelo agronegócio brasileiro são Importados. Somente as sanções anunciadas pelo governo Biden (EUA) contra a Bielorússia (importante aliada da Rússia), gerou uma disparada dos preços do Potássio, pois, metade da utilização deste insumo no Brasil é originário da Bielorússia. Os insumos nitrogenados (95% Importados) tem a Rússia como principal fornecedor, sendo que o Potássio (95% Importados), os fosfatados (75% Importados), tem Rússia e Bielorússia como principal fornecedores. A Ureia consumida pelo agronegócio goiano, subiu na virada da última quarta feira (24/02) para quinta feira (25/02) em US$ 65 por tonelada.
A exigência feita pelo ilegítimo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelansky (eleito em consequência de um golpe de estado em 2014), de excluir a Rússia do sistema S.W.I.F.T (sigla em inglês de Sociedade para Telecomunicação Financeira Mundial entre Bancos), que permite a rápida transferência de dinheiro através das fronteiras, pode inviabilizar os pagamentos das importações, representando um duro golpe a economia goiana. A expansão da OTAN é um fator de instabilidade que pode colocar em risco o superávit de nossa balança comercial. Para o estado de Goiás a guerra e as sanções contra a Rússia não interessam, sendo necessário que prevaleça a diplomacia e a histórica área de influência russa .
Robson de Sousa Moraes (Professor de Geopolítica da UEG)
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