Na Cidade de Goiás, a realização de eventos está proibida mediante decretos municipais publicados a cada 14 dias, sendo que ao longo de mais de 1 ano tais decretos sofreram diversas alterações e flexibilizações de acordo com a situação atual. Com a chegada da vacina e com o progresso das campanhas de imunização, já é notada uma grande flexibilização por parte do governo municipal.
Publicado nesta sexta-feira/16, o decreto de N°120 pode ser considerado um dos mais flexíveis até o momento com abertura do comércio (restaurantes e similares) e toque de recolher ás 00:00h, sendo permitido até música ao vivo nos locais, porém, ainda sem nenhuma permissão ou flexibilização para a área de eventos. No Art. 1º do documento, é estabelecida a proibição de “[...] eventos privados de qualquer natureza, desde que presenciais, inclusive reuniões, que ensejam aglomerações e que sejam propícios à disseminação do COVID-19”.
Ainda conforme o decreto, ''ressalvados eventos em estabelecimentos comerciais precedidos de autorização expressa da autoridade sanitária municipal, mediante nota técnica específica solicitada com 5 dias de antecedência.''
O posicionamento de flexibilização por parte da prefeitura é reafirmado com a reabertura da estátua de Cora Coralina, que estava completamente vedada para evitar a aglomeração desde o início de março, e liberada ao público em 08 de junho.
EMPREENDEDORES EM CRISE
Lorena, proprietária do Ateliê de Festas, possui o negócio há cerca de 6 anos na cidade de Goiás e, segundo a empreendedora, cerca de 4 a 6 eventos eram realizados mensalmente, sendo então uma grande queda com a chegada da pandemia.
"Nesse novo normal, tivemos que nos readaptar para manter nossa saúde física e mental intacta. Para nós, que trabalhamos com a realização de sonhos em forma de eventos, o impacto também veio em mão dupla. Nos afetou tanto o lado emocional com as perdas de pessoas queridas, familiares e clientes, quanto no lado financeiro, pois já são quase um ano e quatro meses sem trabalho efetivo.” declarou Lorena para a nossa redação.
Ficar parado não é uma opção viável financeiramente, portanto a reinvenção e criatividade foi essencial para empreendedores e atuantes da área. Lorena criou o “KIT FESTA EM CASA”, pensado para comemorações em casa como aniversários, bodas, chá de revelação e outras modalidades.
O setor de eventos não se relaciona somente à locação dos espaços, mas também dos inúmeros serviços terceirizados que variam de evento para evento. Nesse ponto, a restrição de eventos prejudica a todo um ciclo de profissionais, a exemplo das áreas de decoração, locação de mesas, audiovisual para músicas, iluminação, buffet e serviços de atendimento (garçons, recepcionistas, seguranças). Sem a contratação, a renda fica parada e concentrada nas mãos de poucos, prejudicando assim a economia local.
Douglas Natan é fotógrafo, atuando principalmente em casamentos, festas de debutantes (aniversários de 15 anos), festas infantis e ensaios em geral. Atuando na área há mais de 5 anos, costumava a trabalhar mensalmente em 2 ou 3 eventos - variando de acordo com a época do ano/demanda - chegando a fotografar até 5 eventos em apenas um mês.
Com a chegada (e agravamento), Douglas diz ter fotografado apenas 6 casamentos nos últimos dois anos, sendo o último, 6 meses atrás. Ele diz que:
“Sabemos o quanto é preocupante o descontrole desse vírus, mas também, como um dos setores econômicos mais afetados, estamos vendo a cada dia o nosso serviço, sendo ainda mais desvalorizado. Ficamos na esperança que, com o avanço na vacinação e a queda nos indicadores da pandemia de Covid, possamos voltar a trabalhar o mais rápido possível, com todo o cuidado necessário e de acordo com a aplicação de todos os protocolos de segurança.” desabafa a proprietária do Ateliê.AUTÔNOMOS
O setor de eventos não se relaciona somente à locação dos espaços, mas também dos inúmeros serviços terceirizados que variam de evento para evento. Nesse ponto, a restrição de eventos prejudica a todo um ciclo de profissionais, a exemplo das áreas de decoração, locação de mesas, audiovisual para músicas, iluminação, buffet e serviços de atendimento (garçons, recepcionistas, seguranças). Sem a contratação, a renda fica parada e concentrada nas mãos de poucos, prejudicando assim a economia local.
Douglas Natan é fotógrafo, atuando principalmente em casamentos, festas de debutantes (aniversários de 15 anos), festas infantis e ensaios em geral. Atuando na área há mais de 5 anos, costumava a trabalhar mensalmente em 2 ou 3 eventos - variando de acordo com a época do ano/demanda - chegando a fotografar até 5 eventos em apenas um mês.
Com a chegada (e agravamento), Douglas diz ter fotografado apenas 6 casamentos nos últimos dois anos, sendo o último, 6 meses atrás. Ele diz que:
“[...] o isolamento social foi importante nesse primeiro momento, que tinham muitos casos na cidade. Mas acredito que agora com o relaxamento do decreto em algumas áreas, a área de eventos deveria ser lembrada também, pois é uma importante área para a cidade e para quem depende dela para trabalhar.”
O isolamento e as medidas de restrições trouxeram então um vazio na agenda de tais profissionais, pois devido ao fato de que não há previsão para liberação de eventos, muitos não foram adiados e sim simplesmente cancelados.
No caso de Douglas, ele afirma que:
Emerson presta serviços de Buffet, Coral e Banda há mais de 10 anos em Goiás como banda, e mais de 3 anos com o serviço de buffet. A média de eventos realizados por ele chega a ser de apenas 20% da demanda pré-pandemia, já que a média de eventos realizados anteriormente era variável.
No caso de Douglas, ele afirma que:
"a única saída foi rasgar os contratos, já que os clientes adiaram as datas sem previsão de uma nova data com medo dos decretos” e critica também a flexibilização dos decretos, onde opina que “[...] alguns dos decretos inesperados beneficiaram uma certa classe de comércio na cidade, chamada de serviços essenciais, e deixam o restante à própria sorte".SEM APOIO
Emerson presta serviços de Buffet, Coral e Banda há mais de 10 anos em Goiás como banda, e mais de 3 anos com o serviço de buffet. A média de eventos realizados por ele chega a ser de apenas 20% da demanda pré-pandemia, já que a média de eventos realizados anteriormente era variável.
“Sem apoio algum, o nosso setor ficou à mercê da esperança dos decretos e liberações, e até hoje na verdade estamos. Tivemos que devolver muito, mais muito dinheiro para clientes que já haviam pago seus eventos e desistiram de fazer por conta dos decretos de proibição.” disse Emerson.O empreendedor finaliza dizendo que:
“Sabemos da real necessidade de ter consciência da não aglomeração e dos cuidados com contaminações pela COVID-19, mas questionamos também o comércio aberto, as coisas voltando a funcionar, mas não em nossas áreas”.
Com mais de 1.600 casos de Covid-19 e 59 óbitos causados pela doença no município, a esperança de tempos melhores e da vacinação para todos é o desejo comum de todos nacionalmente, e principalmente, na Cidade de Goiás.
Por João Pedro Felix
ASCOM CNN
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