
Diante de preços mais remuneradores, a maioria dos analistas não tarda em concluir que a renda no campo certamente se elevará sobremaneira. A verdade é que a melhora na cotação das commodities agropecuárias é frequentemente acompanhada da elevação no preço dos insumos à produção, haja vista que as indústrias fornecedoras, que geralmente tem forte poder no mercado, tomam para si a maior parte do aumento de preços. Do outro lado, as indústrias compradoras de produtos in natura também capturam grande fatia da alta nos preços. Soma-se a isso o fato de que a maior parte dos insumos agrícolas é composta de derivados do petróleo (diesel, fertilizantes etc.), commodity que experimentou um aumento real de preços da ordem de 150% desde 2000.
Num quadro que se apresenta de forte pressão na demanda sobre a oferta, o Brasil, como um dos poucos países com capacidade de expandir a área plantada, tem oportunidade ímpar para tirar proveito dessa conjunção global que lhe favorece. É surpreendente, no entanto, o fato de que todos os analistas se esquecem de que a condição central para a produção avançar é que seja garantida a renda no campo. Não adianta haver capacidade produtiva ociosa e demanda não atendida no mundo. Se o produtor não for o elo que receber a maior atenção, a produção não avançará da forma que o país precisa para gerar renda, emprego e qualidade de vida. Para que a produção brasileira avance, o produtor tem de passar a ser o centro da cadeia produtiva.
A realidade de demanda e oferta mundial, em que a oferta tem de crescer no mínimo 70% até 2050, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), exige que o Brasil atinja esse patamar nas próximas décadas: portanto, cabe a nós aproveitarmos essa oportunidade.
Por Juliana Chaves
Colaboração enviada pelo Economista
Sr. EUGÊNIO L. JARDIM (CoREcon - DF),
que também é produtor rural em Goiás - GO
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